segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Gênese; ou, sobre o grupo e o blog

e não serei aldeia - se puder ser mundo.”
- Pedro Chagas Freitas

Quem somos nós? Por que estamos no mundo? De que é composta a matéria? Para onde vamos? Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? O que você vai ser quando crescer? Quem está certo, Parmênides ou Heráclito? É melhor claro ou escuro? Objeto direto ou indireto?

 Que vivemos buscando respostas e fazendo escolhas não é novidade para ninguém, mas será que estamos buscando as respostas certas e chegando aos dilemas cruciais? Apesar de soar bonito, seria uma completa inverdade dizer que o Artimanha surgiu assim, nessa busca pelas perguntas certas a serem respondidas. Mas, foi do egoísmo humano somado à necessidade de ter suas perguntas ouvidas que nasceu, no núcleo de uma faculdade de Direito, um coletivo artístico.
                Despretensiosos, a princípio, só queríamos um espaço para fugir de tudo aquilo que nos rodeia: a norma. O texto de lei, os princípios, as casualidades do processo, a teoria de fulano de tal contraposta a do outro-que-diz-a-mesma-coisa-com-palavras-mais-prolixas; não... Nada disso nos bastava! Muito pelo contrário, a angústia era tamanha que o interesse em comum e o espírito pioneiro de uma professora bastaram para que esse "espaço" tão desejado se formasse.
E, desde então, o coletivo foi aos poucos deixando de lado seu caráter despretensioso e percebendo que fugir dos problemas não é sempre a melhor das soluções, as vezes é preciso pegar na mão do mundo e mostrar que junto é possível enfrenta-los. Nesse momento viramos Artimanha. Do espanhol Artimaña, estratégia para enganar alguém para conseguir algo.
Artimanha lembra tinhoso, que significa diabo. Mas bobagem, não se trata de nada disso... No nosso contexto, somos amigos, amadores e muito bem intencionados na proposta de enganar o normativismo cultuado pelo jurídico para fazer dele um objeto alcançável. Nossa estratégia, por sua vez, é a arte, em toda sua completude e subjetividade desafiadora.
E do dia fez-se a noite e aos meninos perdidos deu-se a bússola para que aprendessem a navegar e voltar pra casa!
Portanto, começamos a mordiscar a casca que separa o acesso (linda e unicamente previsto no papel) do real e assumimos como objetivo tentar fazer a diferença e mostrar que sim, qualquer um pode falar de arte e que, sim! Mais uma vez, sim! É possível falar de Direito sem articular a mandíbula afim de exprimir, de maneira loquaz, vocábulos inquietantemente multifacetados sem sentido nenhum. Ou seja, é possível sim acolher as pessoas em seus direitos e deveres ao invés de afastá-las. Basta falar com mais carinho, palavras simples e boa vontade.
Visto isso, eis que surge aqui o blog: uma esperança a mais para auxiliar nossos projetos e nossa tentativa - agora pretensiosa - de acolher o mundo com mãos amigas (e sujas de tinta!).

Sejam todos bem vindos! Esperamos que gostem.