quinta-feira, 22 de maio de 2014

Artimanha no CONPEDI



Enquanto coletivo de arte e Direito experimentamos, no inicio desse mês de maio (dias 1 e 2), a maravilhosa sensação de nos realizarmos um pouco mais após recebermos um convite de apresentação e, dessa forma, conseguir a oportunidade de concretizar grandes pretensões no evento realizado pelo Conselho Nacional de Pesquisa e Pós Graduação em Direito na UFSC. Afinal, descobrir que nosso trabalho repercutiu por tantos quilômetros a ponto de sermos chamados a mostrá-lo de perto foi gratificante, além, é claro, de desafiador. Ainda mais se considerarmos a dimensão do CONPEDI (Conselho Nacional de Pesquisa e Pós Graduação) e o pouco tempo de existência do Artimanha – por volta de 10 meses.

Como de costume, nos esforçamos bastante para preparar intervenções com o intuito de chamar a atenção dos participantes e instigar a curiosidade para a peça teatral que apresentaríamos na sexta, ultimo dia do evento.


Como intervenção no primeiro dia foi feito um cortejo no qual, vestidos de luto, levávamos um “defunto”: o falecido e obsoleto velho paradigma do Direito; enquanto isso recitávamos poemas relacionados ao Direito com pitadas de crítica e catarse intercaladas a versos cantados da música “Funeral de um Lavrador” do Chico Buarque. A repercussão foi muito positiva e proveitosa para que os presentes viessem a tomar conhecimento não só do teatro futuro como do próprio grupo.

À noite no mesmo dia reapresentamos a peça “Diante do Rei”, uma adaptação de “Diante da lei” de Franz Kafka. Marcada para dar início a uma apresentação de trabalho, foi realizada no auditório combinado, com direito a maiores explanações sobre a nossa arte e grande troca de experiências. Nada menos que fantástico!

Não se pode deixar de relatar aqui a presença conspícua e inegável da nossa querida Gisela Maria Bester, a qual já havia assistido à mesma peça em outra ocasião e não deixou de demonstrar seu carinho e apreço pelo grupo.

No outro dia, chegada a hora da grande apresentação, estreamos “Hell Primário”, uma peça escrita pelo Matheus com auxilio dos outros roteiristas e bem trabalhada pelos demais atores e assistentes. Fomos cedo ao local para montar o cenário, muito bem elaborado pela Carol Oliveira e construído com auxílio dos demais. Como foi programada para ser realizada no período da noite e, devido a alguns contratempos tivemos de apresentar durante o dia, modificamos o cenário e o resultado foi um inferno com ar de “velho oeste”, com esqueletos de vacas, fogo e galhos secos – que não deixou de ser atrativo, conseguindo chamar atenção de todos que passavam pelo local.

Por ter sido apresentada em um pátio, a peça teve boa visibilidade não apenas aos que a assistiam, mas também aos transeuntes que não resistiram parar para matar a curiosidade e saber um pouco mais sobre o que estava se passando. De fato, não há como negar ser um tanto peculiar tecer críticas ao formalismo e à hipocrisia que integra grande parte do Direito fora desses próprios muros e estigmas.


Por tal e lógico, pela competência dos artimaníacos que ali se empenharam, podemos dizer que o CONPEDI foi um sucesso e escárnio total! Claro, sucesso para esses que puderam despertar em muitos uma realidade um tanto subjacente ao gozo dos arbitrários e escárnio para com os deturpadores do Direito representados em cena. Valeu!

Texto por Ana Carolina Bonetti/ Edição por Juliana de Melo

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